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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pode levar minha razão de viver ( 8 )





Mas que pena, agora você morreu. Não morre, por favor. Seja ele, seja o homem que perde um segundo de ar quando me vê. Mas você nunca mais me olhou quase chorando, você nunca mais se emocionou, nem a mim. Você nunca mais pegou na minha mão e me fez sentir segura. Nunca mais falou a coisa mais errada do mundo e fez o mundo valer a pena. Eu treinei viver sem você, eu treinei porque você sempre achou um absurdo o tanto que eu precisava de você para estar feliz. De tanto treinar acostumei. (...) Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó. O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos. O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher. Para dar tempo de seu ser criança. Para dar tempo de eu ser para sempre.Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você. Antes que eu morresse de amor. Matei você. Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu não.

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